1619
Aparece mencionado pela primeira vez o nome de Seixo associado ao primeiro habitante Manuel Figueiras.
Houve tempos em que o excesso de população e a pobreza era tal que era impossível alimentar o povo só com aquilo que era produzido localmente.
O recurso a imigrações sazonais, sobretudo os ranchos de ratinhos que demandavam o Alentejo e o Ribatejo e os ranchos de mulheres para as vindimas, constituíam um reforço indispensável aos diminutos proveitos locais.
1917
As características pobres do terreno agrícola, moldaram de maneira impressionante as nossas gentes: não haverá povo tão laborioso, tão esforçado, e tão trabalhador como o do Seixo. Sempre travou uma luta gigantesca para alimentar a numerosa família. Cercado por terrenos sujeitos ao regime florestal, o Povo via ainda o acesso interdito à apanha de matos e lenhas secas nas matas.
Doía a alma ver as crianças trepar a pinheiros enormes em terrenos particulares para ir ás pinhas ou ás trancas (com várias mortes a lamentar), quando na florestal, a lenha no chão e as agulhas estrumavam os pinheiros! Que raio de “sina” a do Povo do Seixo!
Nesta época foi decisiva a utilização do moliço para fertilização dos solos, constituindo uma autêntica epopeia a “vida ao rio” – uma vida dura cheia de tormentos, arrojo e aventura. A apanha do moliço constituiu durante décadas o sustento de muitas famílias da terra, marcando assim, profundamente, o modo de ser e de pensar das nossas gentes.
1919
A criação da Freguesia religiosa foi um momento muito marcante para um Povo profundamente religioso e com uma fé viva, demonstrada no elevado número de Padres – dezasseis – que o Seixo já deu à Diocese. Merecem também referência especial os inúmeros serviços e organismos que têm nascido à sombra da torre da Igreja com o forte dinamismo dos Párocos e dos Movimentos religiosos construíram os alicerces do futuro desta terra (a JAC, a ACR, as casas para pobres, o centro de Dia, etc.)
A Igreja Nova, construída no tempo dum magnífico Homem que marcou o Seixo – o Padre Carvalhais é um monumento impressionante do espírito comunitário do Povo das Cabeças Verdes, do Seixo e do Marco Soalheiro.
Ninguém hoje é capaz de calcular o esforço gigantesco que foi dispendido e um mar de trabalho, de canseiras e de despesas – desde a tiragem da areia, ao Barreiro para fazer milhares de adobes, a comissões de ruas para peditórios ou para trabalhar nas obras da Igreja – a campanha do ovo, da telha, etc. etc. etc. a nova Igreja é fruto do suor de todo este bom Povo.
1984
A elevação do Seixo a Freguesia Civil, em 1984, constituiu o culminar de uma forte demonstração da vontade e um momento alto para a Terra. Entregou-se, e bem, o destino desta terra ás suas gentes. Desafiou-se a população a responder aos anseios dos seus antepassados e a responsabilizar-se pela construção do seu futuro.
1989
Comemorou-se o primeiro centenário das representações teatrais no Seixo. O teatro foi ao longo destes cento e catorze anos uma autêntica escola de vida, de virtudes e grande manifestação cultural do Seixo. Gente que mal juntava as letras, transformou-se em autênticos artistas no palco.
O Seixo apresenta características próprias bem definidas e distintas, das quais se salientam
Um forte espírito comunitário e solidário associado a uma enorme capacidade de iniciativa;
A união dos agregados familiares, com o seu amor ao trabalho e à terra que só produz à custa de muito suor e labor;
Desde sempre elevado números de pessoas com cursos universitários contrastando como elevado analfabetismo;
Uma forte tradição nos domínios do teatro e da Música;
O forte, sadio e aberto bairrismo.
O Dinamismo de todos os que tem sido responsáveis, na Junta e Assembleia de Freguesia, tem mudado a face do Seixo e desenvolvido um conjunto diversificado de actividades, obras, infra-estruturas e iniciativas de carácter social, educativo e cultural que muito têm contribuído para o progresso e desenvolvimento do Seixo.
Execução de caminhos agrícolas e pontes, facilitando a vida aos nossos agricultores (é hoje possível ir de carro a todas as terras agrícolas);
Alargamento de muitas ruas e cruzamentos;
Construção da Sede da Junta e do Posto Médico;
Construção do Armazém de Apoio;
Com os equipamentos com o Centro de Bem-estar Infantil, da Cerci e do Centro de Dia;
Compra do tractor e do conjunto de alfaias necessárias para o trabalho da Junta;
Construção do Polidesportivo;
Construção e reconstrução de fontes (Barrocas, Fonte de Cima, da Meneza!);
Construção do barco Moliceiro, o seu “bota a baixo” e a homenagem ao moliceiro;
Construção do monumento à Mãe Gandaresa e a homenagem a todas as mães do Seixo;
Aquisição da carrinha de nove lugares que todos os dias do ano transporta os nossos velhinhos para o centro de Dia e as crianças das escolas para o almoço e tempos livres;
Apoio dado ás várias colectividades;
Beneficiação e alargamento do parque de merendas e Lazer denominado de S. João;
Embelezamento geral da Freguesia;
Campanha de preservação da fachada da Casa Gandaresa;
A edição de livros sobre o Seixo;
O site da Internet, ligando o Seixo aos milhares de emigrantes, filhos da terra, espalhados pelos quatro cantos do Mundo;
Projecto de recuperação do Palhal da Palha e da construção do novo Posto Médico.